terça-feira, 6 de setembro de 2011

hoje vejo que é difícil encararmos com falsas promessas. talvez sejam ditas por mim própria. até eu neste silencio me consigo conformar. foi dele que estamos assim. é fácil julgar o que não conhecemos. e só nos os dois, em completos mundos opostos, sabemos a perda tão grande, de tão grande coisa que tínhamos. tornou-se tão pequena, que se juntou aos milhões de pedras no nosso caminho, mais uma, mais uma, a última. a definitiva. a morte da união. a dor da separação. o silencio dos sentimentos. eles costumavam falar mais alto. a música já não se ouve, já não temos nenhuma. o abraço apagou-se, o olhar morreu, as saudades já não fazem a diferença. penso que levaste a minha alma, tocaste no meu coração, e assim ficou a marca, as lembranças, tão velhas, mas ainda ferem, ainda doem, ainda tremem, ainda estão vivas. estão quentes. tão insignificante. tão escuro. onde foi a nossa luz? para onde foi tudo o que tínhamos? será que me devo perguntar se a culpa foi minha? foi o destino, vamos culpá-lo. mais tarde ou mais cedo ele se impunha entre nós. não íamos ficar juntos. desesperaste. mas encontraste. será que já amas outra mulher? os teus lábios dizem que sim, o teu coração diz que não. agora diz-me o que mais importa. será que ainda vamos recuperar o que deixamos cair para este beco? sem importância, tão negro, tão sujo. foi deitado fora. foi? ajuda-me a encontrar tudo o que perdemos, ajuda-me a que isto deixei de doer. leva-me embora daqui, não quero mais isto, que saudades, estão a matar-me. não me quero lembrar, mas o passado põe-se em cima de tudo, que passado, que passado. até doí só de lhe chamar assim. a primeira lágrima derramei. não quero mais. porque estou eu a disparatar. porque estou eu neste lugar. o meu lugar é ao teu lado. devíamos ter estado sempre assim. sempre unha com carne. o orgulho não deixa pedir perdão. o teu também não. onde vamos assim? ouve a voz da razão. ouve-a, ela sabe. tínhamos um laço, sabíamos que era sensível. e corremos muito depressa. ele desatou-se e caiu pelo meio da escuridão. é como encontrar uma lágrima no mar. não faz sentido, queres que faça? pouco me importa o passado, só tínhamos futuro, com mais dois anos, ou três, ou quatro. lembro-me de te tocar, respirava o teu ar. vamos mudar de passeio, vem para o meu e leva quem quiseres. quero voltar a chamar-te o que sempre chamei. 

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